14/02/2018

NS INDICA FILMES| Aquarius - João F.


   Fala, meu povo! Em setembro de 2016, chegava aos cinemas Aquarius, filme franco- brasileiro dirigido por Kléber Mendonça Filho (de O Som Ao Redor) e protagonizado por Sônia Braga. Desde a sua estreia, esse filme tem sido aclamado como uma das melhores produções nacionais dos últimos anos, tendo inclusive chegado bem perto de concorrer na indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

   A história é focada em Clara (Sônia Braga), uma mulher viúva que reside há mais de trinta anos no Edifício Aquarius, localizado em uma região privilegiada do Recife, em Pernambuco. Ela é a última moradora do prédio, já que os demais apartamentos foram comprados por uma construtora, que deseja demolir o edifício e em seu lugar erguer um mais moderno e sofisticado. A partir daí, entra na história o personagem Diego (Humberto Carrão), o responsável pelo projeto da construtora, que passa a assediar a protagonista com ofertas para que ela abandone o edifício, coisa que ela não tem interesse devido à ligação daquele apartamento com sua história de vida. 


   Como vocês perceberam, o plot de “Aquarius” é bem simples, sem nada muito complexo, mas o interessante aqui é a forma como a trama segue, mostrando a vida de Clara desde que ela era jovem e recém-recuperada de um câncer, passando para a rotina que mantém desde a morte do marido, com todos os fatos possuindo ligações sentimentais com o “Aquarius”, já que foi lá que Clara viveu os momentos que definiram sua vida.

   No papel da protagonista, Sônia Braga está simplesmente incrível, se mostrando bem à vontade interpretando a Clara, com uma atuação bem natural, sem apelar para o tom novelesco de boa parte dos filmes nacionais. O restante do elenco também se mantém no mesmo nível de naturalidade, mas a personagem de Braga, obviamente, é o grande destaque de “Aquarius”, um filme cativante logo de cara. Clara é uma personagem independente, forte e determinada, encaixando-se perfeitamente na história.


   O que nem todo mundo que assistiu ao filme sabe é que quando “Aquarius” chegou aos cinemas – não só no Brasil, mas também em outros países – causou muita polêmica. É o seguinte: muitos interpretaram o filme como uma forma de crítica ao governo brasileiro, visto que na época de sua estreia, em setembro de 2016, fazia pouco tempo desde o Impeachment (processo finalizado em Agosto), momento político que foi motivo de protesto por parte do elenco no Festival de Cannes. O que aconteceu depois? Teve muita gente querendo boicotar o filme, que na verdade é apenas uma expressão artística. Todo esse “fuzuê” somado a outros fatos acabou levando mais gente a ficar cada vez mais curiosa para assistir ao filme.

   Segundo o próprio diretor, o Kléber Mendonça Filho, seu filme é "sobre memória e sobre história, que não são muito valorizadas na nossa cultura”. De fato, “Aquarius” é um filme sobre a gente brasileira, explorando a rotina de uma personagem que sofre por quererem tirar dela sua principal “fonte de memórias”. O filme também têm alguns simbolismos, inseridos ao longo da história, que é dividida em três fases, tornando “Aquarius” naturalmente poético. Prefiro não citar nenhuma cena desse quesito, pois pode tirar a graça de quem pretende assistir.


- Considerações Finais:

    Como recifense, sinto-me honrado em ter “Aquarius” entre meus filmes nacionais favoritos, uma vez que a experiência de assisti-lo será inesquecível, fazendo com que o espectador pense e reflita acerca dos valores e do bom senso. É o filme perfeito para ser debatido após o término da sessão. Além de Sônia Braga e Humberto Carrão, o filme também conta com nomes de peso como Irandhir Santos (do ótimo “Tatuagem” e “Tropa de Elite 2”).
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