21/09/2018

PREDADOR | A Caçada Já Perdeu A Graça - João F.


   Fala, meu povo! Recentemente mais um filme da franquia PREDATOR entrou em cartaz nos cinemas, onde não dava às caras há oito anos, desde Predadores, que por sinal é ignorado por essa sequência. O que temos aqui é um filme de ação competente, na linha “tiro, porrada e bomba”, mas que, além disso, não tem nada a oferecer ao espectador.




    O Predador começou a brilhar em 1987, com um filme estrelado por Arnold Schwarzenegger que viria a se tornar uma clássica mistura de horror e ficção científica, apresentando-nos uma das criaturas mais mortais do cinema. Após alguns filmes lançados ao longo dos anos, – inclui uma sequência de 1990, dois crossovers com o Alien e o já mencionado Predadores – temos essa sequência lançada mais de trinta anos depois que tenta recuperar a essência do original. Porém, o resultado faz essa continuação parecer uma paródia da franquia. 

altpress.com

    Vamos à história: O garoto Rory McKenna (Jacob Tremblay, de O quarto de Jack) ao manusear um equipamento pertencente ao Predador, acidentalmente acaba atraindo a presença da criatura para a terra. Com isso, seu pai (Boyd Holbrook, de Logan) e um time formado por ex-militares em estado de recuperação psicológica tenta impedir um massacre, contando com a ajuda da bióloga Casey Bracket (Olivia Munn).

    Ao ler a sinopse, você já pode ter encontrado um absurdo só na premissa do longa-metragem. E não pense que esse é o único problema do roteiro de O Predador, - escrito por Fred Dekker e o Shane Black, o diretor do filme -  que além de ter vários furos, subestima a inteligência do espectador. Existem momentos em que a gente sente vergonha alheia pelos personagens, seja por suas atitudes questionáveis, acontecimentos que não oferecem uma explicação plausível, ou o humor forçado.


   Shane Black dirigiu Homem de Ferro 3 (2013), dando um toque carregado de humor ao longa, através de piadas que nem sempre cabiam bem. Em O Predador, isso acontece de forma ainda mais irritante, pois os momentos duram mais do que o necessário, ficando exaustivos. Em algumas poucas situações, dá para ser arrancada uma risadinha, mas no geral, parecem piadas contadas em mesa de bar, da pior forma possível. Além de não ter graça, faz o espectador cansar e querer que o filme acabe o mais rápido possível.

    Aí entra outro problema: os personagens. A história mostra que todos eles são descartáveis, mas a química entre eles poderia funcionar muito bem – quem sabe tornando-os carismáticos, fugindo do estereótipo de protagonistas otimistas – se o roteiro não os colocasse em resoluções extremamente infantis. Isso é uma pena, uma vez que no elenco temos participações especiais de nomes de peso como Alfie Allen (o Theon Greyjoy de Game of Thrones), praticamente irreconhecível, na pele de um personagem ofuscado por uma trama que parece não acabar nunca. 


    Sterling K. Brown está no filme também, interpretando o “vilão” que só se preocupa com o próprio umbigo. O ator faz o que pode, mas o roteiro o coloca em um papel extremamente genérico. Jacob Tremblay interpreta o Rory, um garoto extremamente inteligente e o nosso “guia” nessa história cheia de buracos negros. Como sempre, temos o ator mirim mostrando carisma, ainda que o papel desempenhado por seu personagem não convença. Mesmo assim, ele é o único personagem que não é “raso”, como o sniper interpretado por Boyd Holbrook. Ele se esforça para parecer badass, ainda que sua atuação seja competente, mas a gente não consegue ter qualquer empatia por seu personagem, o que faz com que ninguém se importe com o rumo que ele irá tomar. 


    Porém, o filme tem seus pontos positivos. Os efeitos visuais no geral estão ótimos, em alguns pontos ficando perceptíveis mas permitindo que o espectador releve. As cenas de ação são muito bem realizadas, com momentos de tirar o fôlego, adicionando muita violência. Sim! O filme recebeu classificação indicativa para maiores, o que permite à equipe técnica caprichar no gore, algo que é sempre muito bem-vindo. Arrisco dizer que este é o filme mais violento da franquia, e isso é algo muito positivo. Afinal, só essas cenas de ação ultraviolentas conseguem impedir o espectador de dormir durante o filme. 

    O Predador em si também está mandando bem no que sempre fez: caçar. Porém, não é possível passar despercebido que fizeram muitas alterações na mitologia da franquia, e alguns exageros na trama das criaturas reforçam a ideia de que esta é só mais uma sequência caça-níquel que tenta compensar a falta de um roteiro bem escrito com cenas de ação. Isso é algo que geralmente funciona quando se desliga o cérebro, mas comigo não foi o caso. São tantos absurdos que fazem com que o filme se torne facilmente esquecível.
   

- Considerações finais:


    Para concluir, gostaria de dizer que O Predador não é o pior filme do ano, e não é desprezível, pois suas poucas qualidades fazem dele um entretenimento casual. Se você decidir assistir, concentre-se nas cenas de ação e no gore nível hard. Não dá muita importância para esse elemento? Então, lamento informar, mas o filme não tem muita coisa a oferecer além disso.


NOTA DE PREDADOR:




http://nerdspeaking.blogspot.com.br/search/label/Jo%C3%A3o%20F.

Espalhe a ideia, comente com os amigos! Compartilhe o que é bom!

http://nerdspeaking.blogspot.com.br/p/quem-somos_22.html

Twitter: @oNerdSpeaking
Instagram: NerdSpeaking
SoundCloud: Nerd-Speaking
Facebook: NerdSpeaking
 E-mail: nerdspeaking@gmail.com


   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você acha? Comenta aí!