12/05/2017

NS Indica Livros: Factótum - João F.


 Fala, meu povo!  A nossa indicação de hoje é para maiores de 18 anos (haha). Okay, brincadeiras à parte. Trata-se de um dos melhores livros de Charles Bukowski, o nosso velho safado. Quando se fala no velho Buk, é possível imaginar uma linguagem literalmente “podre” e pesada. Porém, o que muitos não sabem é que por trás de tanta barbaridade, há uma crítica social muito forte em seus livros, e Factótum é um dos meus favoritos, deixando claro que o escritor estava disposto a mostrar o lado sombrio do sonho americano. Espero que gostem tanto quanto eu!


   Bem, antes de falar do livro específico, um pouco sobre seu autor. Bukowski nasceu em 1920, tendo uma infância perturbadora e adolescência marcada por traumas e frustrações (Para saber mais sobre essa fase do escritor, leia ao livro Misto-Quente, outra obra dele). O que é mais marcante nele é a forma com a qual ele escreve suas histórias, geralmente de caráter autobiográficos, e Factótum não escapa dessa. Imagine um rapaz que recebeu um 4F (reprovação) no alistamento no exército dos Estados Unidos em plena Segunda Guerra Mundial, em um ambiente pós-depressão. Neste livro, é mostrada a passagem de Bukowski por todos os tipos de trabalho, refletindo sua frustração. O protagonista da história é Henry Chinaski, alter-ego do autor, que figura em todas as obras dele, exceto Pulp. 



   Dessa forma, por que motivo você deveria ler Factótum antes de qualquer outro livro do autor? 

   A maioria de seus romances são autobiográficos, cada um relatando uma fase da vida de Bukowski (representado por seu alter-ego Henry Chinaski), e este livro é o que apresenta uma história que faça o leitor refletir mais a respeito das questões sociais, levando em conta a época em que a história se passa. É possível também analisar o contexto histórico da obra, já que enquanto homens lutavam contra Hitler do outro lado do oceano, Chinaski não parava em um emprego, simplesmente por não se achar qualificado em nenhum deles. A verdade é que o Bukowski sempre sonhou ser um escritor mais reconhecido por sua obra, interpretada por muitos como depravada e absurda, mas que revela a brutalidade com a qual ele enxergava a sociedade de sua época. 
Por que Bukowski “não gostava de gente”, como dizem alguns? Lendo Factótum, percebe-se o pessimismo com o qual ele enxerga a sociedade, assim como em todos os seus livros. O principal diferencial desse livro está na sua jornada, com uma pausa em um trabalho aqui, outro lá. A cada capítulo, fica mais notório o modo de vida de Bukowski. Seus bares de quinta, quartos baratos e vinhos são objetos que refletem sua sofrível história. 

- Considerações Finais:

   Dessa forma, recomendo o livro para quem possui uma mente mais “aberta”. Apesar de sua obra ser repleta de prostitutas, bares, quartos baratos, etc., a história de Factótum, assim como todos os outros livros de Bukowski, entregam muito mais do que desabafos de um velho safado. É impressionante a forma com a qual ele lidava com seus pensamentos, descrevendo-os diariamente na sua máquina de escrever, sem poupar detalhes e o modo como enxergava as coisas. Ele é do tipo que “escreve o que pensa” literalmente, algo que nem todo mundo consegue colocar no papel. Se você não conhece a obra de Bukowski, Factótum é um bom começo para saber mais a respeito do eterno velho safado, que veio a dar o seu último suspiro em 1994. 



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