03/03/2017

LOGAN: O fim de uma jornada. - João F.


Fala, meu povo! (Finalmente) Logan chegou aos cinemas brasileiros, prometendo fazer jus ao nome do Wolverine, tendo em vista que esta é a última produção com Hugh Jackman no papel do herói. Trata-se de uma missão que desde o início tinha altos riscos, mas quando pudemos ver o resultado final nas telonas, observamos que a recompensa não poderia ser melhor, refletindo que todo risco valeu a pena. Esta review é uma homenagem especial do NerdSpeaking para Hugh Jackman e Isaac Bardavid, uma “fusão” que conquistou o coração dos fãs brasileiros. 


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  O que é a jornada do herói? Basicamente, funciona como o caminho trilhado pelo salvador, incluindo o auge e apogeu de sua carreira heroica. Com o lançamento de Logan, pudemos observar atentamente como o tempo passou para o personagem, através da mencionada jornada do herói, que aqui encontra o seu fim. Afinal, desde 2000 na pele de Jackman, nosso carcaju favorito se destacou bastante durante a infância e adolescência de muita gente. Atualmente, com a maioria dos fãs do personagem beirando a fase adulta, fica a impressão de que o processo de envelhecimento do Wolverine se deu (quase) paralelamente com o nosso. É como disse o Isaac Bardavid: O Wolverine envelheceu, e eu envelheci junto com ele. O mesmo sentem os fãs do personagem (Num trabalho maravilhoso dele continuando a dublar o herói).

Assistir ao filme é como testemunhar o final de um grande evento que conquistou o mundo. Dá aquela mesma sensação que os fãs de Harry Potter sentiram com As Relíquias da Morte ou tantos outros capítulos finais por aí. O fim chegou, não para os X-men, mas para um dos membros favoritos da equipe, e durante as duas horas de filme, o coração de um fã fica apertado, e em determinados casos as lágrimas não podem ser contidas. 

Ambientado no ano de 2029, Logan segue a narrativa semelhante à história Old Man Logan, saga de HQs idealizada por Mark Millar. A Fox surpreendentemente nos entrega tudo que prometeu para o filme: um contexto mais cruel do que os outros filmes; a oportunidade de dar aos personagens principais uma exploração mais digna; e a tão aguardada violência extrema, que foi muito bem vinda nessa nova produção da Fox, sem comparações com esse aspecto em Deadpool. Tudo combina para que a ultima aventura do Wolverine seja memorável para todos os fãs. 

Pois bem, a história segue o nosso herói (Hugh Jackman) em um futuro distante, onde os mutantes deixaram de nascer há vinte e cinco anos. Ele está vivendo com um Professor Xavier portador de Alzheimer (Patrick Stewart), lutando para manter seu antigo mentor vivo sobre efeito de medicamentos. Após várias situações estranhas, Logan se vê em frente à Laura (Dafne Keen), aparentemente o seu clone feminino. Aqui, ele tem a missão de levar a menina a um local seguro antes que ela caia em mãos erradas. As más companhias são representadas pelos “Carniceiros”, grupo militar rigorosamente treinado que deseja por as mãos na menina, que para eles não passa de um experimento fracassado.

Parece uma história não tão convincente? Pois é, eu também achei isso quando li a sinopse, até assistir ao trailer e posteriormente ver o filme. A verdade é que o filme passa a ter mais “graça” quando você o assiste sem ter lido muita coisa referente ao seu enredo. Ele funciona bem de qualquer forma, até mesmo para quem já recebeu aquele spoiler do capeta (como este que vos escreve), pois estamos falando aqui de uma produção digna de um personagem tão grandioso quanto o ator que o interpreta.

Finalmente, fomos presenteados com um filme do Wolverine que mostra todo o seu potencial para ser melhor do que muito filme de super-heróis por aí. Trata-se de um filme sobre um herói que não se encaixa completamente no gênero ao qual deveria pertencer, mas sim tendo a pegada de muitos outros, num caso parecido com o que aconteceu com The Dark Knight (2008). Aqui não temos uma batalha desesperada para salvar o planeta de uma ameaça, mas sim uma jornada pessoal e realista de um homem que já teve seus dias de glória. E a forma que essa história é contada não podia ser melhor. Parece que o James Mangold finalmente conseguiu colocar nos trilhos uma história do carcaju de forma brilhante, ainda que isso só tenha sido feito nos quarenta e quatro minutos do segundo tempo. 


O elenco é um grande ponto de destaque do filme, com a grande revelação Dafne Keen no papel da misteriosa X-23. Isso se deve ao desempenho da atriz nas cenas de interação com outros personagens, dos diálogos às empolgantes e sangrentas cenas de luta. Patrick Stewart está novamente na pele do eterno mentor dos X-Men, Professor X, mas entrega um personagem bem diferente do que costumávamos ver nos filmes anteriores. Aqui temos mais espaço para que o personagem seja explorado, bem como uma situação que compromete seu organismo e, consequentemente, seus poderes. Inclusive, merece destaque a química entre Charles e Logan, em cenas que representam a interação entre antigos mentor e discípulo.


Porém, sem dúvidas, a maior dádiva do filme é a atuação-despedida de Hugh Jackman como Logan. Ele está ali, encarando as coisas da forma realista de sempre, com o acréscimo de mais brutalidade em suas ações. Jackman consegue entregar um Logan. Isso mesmo, o personagem tem aqui a exploração digna de sua personalidade. Ele está velho, cansado e frustrado com determinados acontecimentos. Seu fator de cura não funciona mais como antes, o que contribui para sua decepção. E o ator se despede do papel em grande estilo. Ah, pense num homão da p*rra!

Como nem tudo são flores, há um pequeno ponto negativo, que é o desenvolvimento de Donald Pierce (Boyd Holbrook), que aparentava ser a grande ameaça do filme, ao menos quando se tem como base o material que foi divulgado durante o processo de produção do longa. De fato, a grande ameaça está guardada a sete chaves, e é também uma das melhores coisas do filme. O único defeito desse arco foi ter “deixado de lado” o Pierce, que no final foi encarado apenas como um capanga bem malvadão. Mas, como eu disse, isso não chega nem perto de comprometer o andamento da história.

Pois é, meus caros. Chegamos a última aventura de um dos maiores e mais importantes membros dos X-men, e o filme pode se tornar um dos maiores exemplos de produção eficiente para determinados heróis. Logan é equilibrado, inteligente, bem construído, seguro e, acima de tudo, nostálgico (se liguem nos easter eggs e referências que marcam presença). Enfim, trata-se de uma história que não é perfeita, mas merece a idolatria que um Guardiões da Galáxia ou até mesmo Deadpool tem. Tenho só mais um pedido a fazer: não contenham as lágrimas durante a exibição. Se entreguem ao sentimento de estar testemunhando o fim de uma jornada que pendurou os cinemas por dezessete anos, acompanhado durante todo esse tempo pelo grande dublador Isaac Bardavid. São juntos que eles formam, de fato, o Wolverine.


PS: Não fiquem até depois dos créditos. Pode ir tranquilamente para casa sonhar com o Wolverine entrando para o Universo Marvel Cinematográfico. Afinal, não custa nada sonhar, não é mesmo?!




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