Salve, salve! Muitos já tiveram a oportunidade
de assistir ao terceiro filme do Super-soldado,
que parecia mais com um filme dos Vingadores do que solo. A discussão sobre o filme será dividida em tópicos, cada um tratando
de uma parte específica considerada importante para o desenvolvimento da
história. Antes, gostaríamos de nos desculpar pelo atraso.
Para os não familiarizados com o enredo, após
os eventos de Age of Ultron, os
governos de vários países analisaram as ações dos Vingadores, que salvam muitas
vidas mas, têm um número considerável de perdas. Com isso, após mais um
acidente envolvendo a Feiticeira Escalarte e Steve Rogers, é criado o Tratado
de Sokovia, visando total supervisão dos heróis, o que leva o Homem de Ferro a
se sentir o principal culpado por tudo isso, sendo um dos primeiros a assinar o
tratado, algo que vai contra os ideais do Capitão América. Assim começa a
Guerra Civil, um jogo que vai muito além do mero combate. Aqui vai nossa
divisão de tópicos:
A
construção do contexto
O filme dos diretores Joe e Anthony Russo
mostra firmeza no seu desenvolvimento. O que isso quer dizer? O ambiente é
preparado de forma detalhada, mas sem se perder em aspectos desnecessários.
Temos logo de cara o acidente que foi a gota d’água para que o Tratado de
Sokovia tenha sido proposto, e logo em seguida o seu processo de aplicação.
Isso permite que os membros dos Vingadores
mostrem sua opinião, levando-os a assinar ou não a lei.
O mais interessante disso tudo é que 147
minutos (o filme mais longo da Marvel) são suficientes para mostrar tramas
paralelas além do ponto de vista do protagonista: o próprio Capitão América
(Chris Evans). Além do ponto de vista de seu adversário Tony Stark (Robert
Downey Jr.), temos a “jornada” do Soldado Invernal (Sebastian Stan), que é o
grande motivo para o estouro da Guerra Civil; além de tramas paralelas como o
dilema da Feiticeira Escalarte (Elizabeth Olsen) após o acidente que causou,
sentindo-se culpada e sendo supervisionada com ordens de Stark. Tudo
desenvolvido com muita cautela, sem mostrar falhas nesse aspecto.
A
“Guerra Civil” em si
Quando me refiro ao evento,
não se trata apenas do combate corpo-a-corpo, mas também da ideologia do
embate. A grande maioria dos acontecimentos do filme é bem diferente dos
quadrinhos, mas isso não deixa de ser interessante. Certamente, era impossível
adaptar um arco de HQs que durou um ano em apenas um filme. Não só pela
duração, mas também pelo desenrolar da história. Vale ressaltar que
praticamente todos os personagens do Universo Marvel estavam envolvidos no
confronto, na história de Mark Millar. Com os direitos dos X-Men e do Quarteto
Fantástico nas mãos da FOX, as chances de tamanho acordo eram muito
remotas. Além da violência, algo que é marcante nos quadrinhos, com heróis se
enfrentando brutalmente, um aspecto que o filme teve que aliviar, tendo em vista
que é voltado para a família.
Agora sim, o embate. A Guerra Civil não
ocorre por acaso, de fato. Existem tramas que levaram ao confronto dos times de
heróis. O senso de liberdade de Steve Rogers não permite que ele assine o
tratado, discordando com Tony Stark. É o momento que abro espaço para uma breve
comparação com Batman V Superman, onde
o mais interessante, além da batalha física, é o que levou ao seu
acontecimento. Tudo é um puro jogo de manipulação, onde são todos vítimas,
mesmo que concordem ou não com a proposta governamental. Mesmo não tendo aquele
tom de perda e desilusão dos quadrinhos, o filme domina bem ao explorar um lado
diferente da Guerra Civil.
O
pecado do filme
Desde sua estréia, o filme tem sido aclamado
mundialmente. Mas, nem tudo são flores, e sempre há um erro que não passa
despercebido. Nos quadrinhos, o Homem de Ferro assume um certo posto de
antagonista, graças aos seus métodos para “manter a ordem”. Já no filme, temos
aqui a presença de um dos maiores inimigos do Capitão América: o Barão Zemo. O
personagem é um grande vilão das HQs, sendo responsável por diversos
acontecimentos que mudaram para sempre a vida de Steve Rogers. Sua adaptação
para os cinemas, porém, não atendeu às expectativas.
No filme, ele é apenas um ex-militar, e é
aquele que provoca os eventos que contrapõem o Capitão América e o Homem de
Ferro, espionando tudo das coxias. Suas ações lembram o mais recente Lex
Luthor, de Jesse Eisenberg. A única diferença entre os dois é que Luthor
consegue desenvolver bem esse papel de manipulador, enquanto Zemo tem ações que
causam justamente o que ele queria: a divisão dos heróis, mas que não têm
motivos exatamente claros. Sua motivação é como qualquer uma, não que seja
dispensável, mas não necessária. Além de sofrer o processo de inferioridade ao
longo da história, sua adaptação entra para a lista de adaptações de vilões da
Marvel que deixaram muito a desejar, e não demorarão muito na memória dos fãs.
Eis o ponto fraco da produtora: A falta de exploração do antagonista. O foco no
desenvolvimento dos super-heróis é necessário, mas não se deve deixar de lado o
papel detalhado que seus inimigos exercem.
Novas
caras no Universo Cinematográfico da
Marvel
Quando anunciado que a Marvel e a Sony tinham
feito um acordo que permitiria a participação do Homem-Aranha no filme, os fãs
ficaram extremamente ansiosos. E a espera valeu a pena. Tom Holland interpreta
o mais novo Peter Parker, que tem apenas 15 anos nessa versão, e combate o
crime há apenas seis meses. Sua importância na trama não chega aos pés do seu
papel nos quadrinhos da saga, mas também serve de alívio cômico e introdutório
para o filme.
Além do jovem Parker, outro personagem
bastante aguardado é o Pantera Negra, ou simplesmente o príncipe de Wakanda,
T’Challa (Chadwick Boseman). A figura tem uma história bem interessante nas
HQs, e será futuramente bem explorada nas telonas. Sua apresentação é como
todos queriam: um guerreiro que luta com honra, com a finalidade principal de
proteger seu povo. Aliás, eis o motivo que o levou a participar de tal combate,
estando ao lado do Homem de Ferro.
O
que será do futuro da Marvel?
O evento marca uma grande mudança no Universo
Marvel dos Cinemas, definitivamente deixando sua marca. Não são só a eterna
oposição de ideais entre os Heróis, mas também a exploração de novos
acontecimentos que prometem movimentar ainda mais o universo. São várias
questões, como a adição de novos personagens, a luta individual de cada um após
o resultado da grande batalha, e também a passagem para a Guerra do Infinito, onde o aguardado adversário Thanos representa
grande ameaça para a Terra. É um fato que os Vingadores certamente não
conseguirão superar sozinhos, principalmente após os eventos desse filme. Tudo
que acontece nessa história é decisivo para o futuro da Marvel.
O
melhor filme da Marvel?
O filme tem sido considerado por muitos fãs e
críticos como o melhor da Marvel, algo que é bem questionável. Trata-se de uma
das melhores ideias que a produtora levou aos cinemas, mas que merece
comparação com outros filmes da cronologia, em diferentes aspectos. Quanto ao
clima de suspense e tensão, o filme anterior Capitão América: Soldado Invernal se mostra um passo à frente. Já
em questão de efeitos especiais, referências e “fan-services”, o filme se
mostra um bom dominador nessas artes, sendo provavelmente o maior evento do
Universo Cinematográfico da Marvel, até o presente momento. Quando digo isso,
faço referência aos futuros obstáculos para a equipe, que certamente ”pegarão
ainda mais pesado”.
Portanto, o filme certamente trouxe consigo
uma carga perfeita que marcou o coração dos fãs. Dizer que ele é o melhor da
Marvel não é exagero, mas também não devem ser descartadas comparações com
outros filmes que também são dignos do título. Todos os aplausos são poucos
para o que a história merece, certamente, e agora resta-nos aguardar pelo que
vem por aí.
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