Fala,
meu povo! Remakes nem sempre são simples caça-níquéis, algumas vezes
conseguindo ter um sopro de originalidade. Aqui, vou apresentar alguns dos
remakes de terror que deram certo e conseguiram cumprir sua missão.
A
gente sabe muito bem que Hollywood embarca nessa onda de refilmagens por mera
questão mercadológica, buscando lucrar, e alguns produtores não se aprofundam o
suficiente na mitologia da história para entregar algo que homenageia a obra
original e ao mesmo tempo atrair um novo público. Por conta dessa amostra,
alguns fãs têm preconceitos com remakes de seus clássicos favoritos antes mesmo
de conferir o resultado. Nessa lista, temos alguns exemplares que irão provar
para você que é possível fazer uma boa refilmagem de horror!
1) A HORA DO ESPANTO (2011)
Fonte da imagem: Wallpaper UP
O
filme A hora do espanto, lançado em 1985 e dirigido por Tom Holland (não é o
miaranha, okay?), é um dos grandes clássicos lançados naquele período,
abordando o vampirismo em uma trama que mistura horror com comédia para
adolescentes. Na história, acompanhamos Charlie Brewster, um jovem que descobre
que seu novo vizinho, o sedutor Jerry Dandridge (Chris Sarandon) é, na verdade,
um perigoso vampiro. E tem mais: o sujeito passa a perseguir Charlie, sua mãe e
seus amigos. Brewster busca a ajuda do veterano ator de filmes de terror Peter
Vincent (Roddy McDowell, de Planeta dos Macacos) para deter a criatura. O
original é quase uma paródia sobre vampiros, e capricha muito nos efeitos
práticos, ainda que alguns encontram-se um tanto datados hoje em dia, atraindo
mais risos do que metendo medo. Porém, ainda assim, a essência de um clássico
dos anos 1980 está aí!
Fonte da imagem: Roger Ebert
No
remake de 2011, temos atores mais conhecidos do público moderno, como o Anton
Yelchin como o adolescente Charlie, Toni Collette como sua mãe e Colin Farrell
como o sedutor Jerry Dandrige, numa trama mais atualizada no contexto dos
adolescentes, com um Charlie buscando ser popular. O Peter Vincent aqui é
interpretado por David Tennant (de Dr. Who) e apesar de ser bem diferente do
veterano do filme oitentista, consegue mostrar carisma e fazer o público torcer
por ele, que é mais “humanizado”. O que me incomoda um pouco é o excesso de
CGI, mas isso era praticamente inevitável nos dias de hoje.
2) SEXTA-FEIRA 13 (2009)
Fonte da imagem: Psycho Drive-in
Esse
aqui é um reboot muito bem vindo para a nova geração, e também sendo uma
homenagem à 1ª fase da franquia Sexta-Feira 13, antes de termos um Jason
sobrenatural. Talvez a galera mais nova não saiba, mas originalmente, até o 4º filme
da franquia, o maníaco era mais realista, uma vez que corria atrás de suas
vítimas, mancava, sentia dor, etc. Esse filme é simplesmente o meu favorito de toda a franquia! No elenco temos Jared Padalecki (de Supernatural), Danielle Panabaker (de The Flash), entre outros.
Fonte da imagem: Entre Séries e Livros
Na
história desse reboot, temos um grupo de jovens que vai passar um fim de semana
na casa de campo de um deles, localizada em Cristal Lake. Paralelamente, um
rapaz também chega à cidade em busca de sua irmã que desapareceu no local, sem
saber que ela e seus amigos foram vítimas de Jason Voorhees. Esses dois núcleos
irão se conectar quando precisam escapar dali com vida. O objetivo nunca foi “inovar”
o subgênero slasher com esse filme, mas sim fazer um tributo aos “dias de
glória” da franquia Sexta-Feira 13, mas isso não impediu que o diretor Marcus
Nispel e o produtor Michael Bay explorassem melhor o Jason, que aparece ora com
o famoso “saco na cabeça” (homenagem à Parte II) e depois com a máscara de
hóquei. Derek Mears dá vida ao Jason mais brutal já apresentado até aqui, e seu
modus operandi é mais explorado, com ele agindo como um caçador, elaborando
armadilhas caprichadas e agindo durante o dia. Isso é algo que foi visto nos
filmes antigos, mas nunca nesse nível. Ah! E o filme é bem violento, ao gosto
dos fãs do torture porn, ainda que na medida certa, tudo feito com efeitos
práticos old school!
3) HALLOWEEN: O INÍCIO (2007)
Rob
Zombie é um diretor um tanto superestimado, em minha opinião, porém ele
comandou um dos meus filmes de terror favoritos: Rejeitados pelo Diabo. Isso me
interessou na época que ele foi escolhido para dirigir o remake de Halloween, o
clássico de 1978 dirigido por John Carpenter. O resultado, no mínimo, divide
opiniões, e eu sinceramente entendo os dois lados dessa história, embora essa
refilmagem se saia muito bem ao adaptar a história para os anos 2000, na pegada
dos filmes produzidos naquela época, e causou certo impacto. Pra quem não
lembra, a história aborda Michael Myers, que é confinado em um manicômio ainda
criança por assassinar sua irmã adolescente na noite de Halloween. Na
instituição, ele é supervisionado pelo psiquiatra Dr. Loomis. Passados mais de
quinze anos, Myers escapa e parte para a cidade de Haddonfield, onde pretende
terminar o que começou.
Fonte da imagem: Tripping Through Gateways
Embora
eu particularmente prefira o original de John Carpenter, tenho que dizer que
também curto bastante esse remake. Ele se sai bem no que diz respeito à dar um “background”
para o Michael Myers, que no original era apenas o “mal encarnado”, sem muita
explicação sobre como ele desenvolveu seus instintos assassinos. E os outros
filmes da franquia não ajudaram muito, visto que ele foi se tornando uma
criatura sobrenatural. Quem curte um filme violento, não vai ter do que
reclamar, pois o sangue jorra com gosto nessa refilmagem, e temos personagens
mais humanizados e, consequentemente, complexos.
4) BRINQUEDO ASSASSINO (2019)
Fonte da imagem: Entertainment Focus
O
mais recente dessa lista também é o mais polêmico, uma vez que muitos fãs
odiaram essa nova versão. No entanto, temos aqui um filme subestimado, trazendo
análises interessantes nas entrelinhas ao mesmo tempo em que homenageia o
clássico de 1988. Na trama, o garoto Andy ganha de presente um boneco que se
revela um assassino após fazer várias vítimas, e agora ele e sua mãe precisam
impedir que o brinquedo continue matando.
Fonte da imagem: Slash film
Essa
história é apenas a ponta do iceberg, visto que no original, o brinquedo ganha
vida após um criminoso praticante de vodu transferir sua alma para ele, quando
estava sendo perseguido pela polícia, e é o espírito desse serial killer que
faz o boneco sair matando geral; na refilmagem, o boneco é um produto da Kaslan
Corporation, e serve como um robô com inteligência artificial. O problema é que
ele é um produto defeituoso (como se já não bastasse o visual), já que sua programação foi propositadamente
alterada. Não se engane pela trama que pode parecer no sense! Apesar da
premissa um tanto absurda – aqui, o Chucky não só passa a ter vontade própria como
também consegue controlar outros produtos da Kaslan – o filme é bem divertido!
O interessante é que o Chucky aqui é mais “inocente”, e ele vai desenvolvendo
seus hábitos após aprender involuntariamente com o Andy, que faz parte da
sociedade de consumo. Devido à premissa,
temos mortes mais criativas e uma trama que dialoga com a dependência que a
sociedade tem com a tecnologia. Faz um esforço para ignorar o visual tosco do boneco e entra na vibe!
5) SUSPIRIA (2018)
Fonte da imagem: Portal do Andreoli
Talvez
esse seja o menos conhecido da lista, e também pode ter passado despercebido
por uma galera por conta do bizarro subtítulo “A dança do medo”. A trama
acompanha uma jovem estadunidense que vai estudar numa escola de artes na
Alemanha, onde percebe que coisas estranhas estão ocorrendo com as alunas, e
que a resposta para esses acontecimentos está ligada com o sobrenatural. A
revelação de que aquilo tudo é comandado por um covil de bruxas pode ser um
spoiler para quem não viu o original de 1977 dirigido por Dario Argento, pois essa
é a principal revelação da história. Entretanto, no remake dirigido por Lucca
Guagdanino, isso é apenas a espinha dorsal, uma vez que a história vai
caminhando sozinha e apresenta mudanças significativas mas que são relevantes
para discussões nos dias atuais.
Fonte da imagem: IMDb
Eu
particularmente respeito o original por sua estética e também pelo elemento
nostalgia, embora essa refilmagem seja mais ousada, e apresenta elementos que
podem servir como discussões sobre o empoderamento feminino, uma vez que tudo
aquilo pode ser levado como alegoria, desde a trama envolvendo o covil de
bruxas até as performances de dança contemporânea . As atrizes principais são
ótimas, sobretudo Tilda Swinton e Dakota Johnson, que têm um desempenho acima
da média e protagonizam essa trama macabra. O final desse filme é algo que não
dá pra descrever com palavras! Um dos melhores filmes já feitos sobre ocultismo! Já falei sobre esse filme aqui no ano passado (confira aqui - https://bit.ly/3aCzN2J)
6) MADRUGADA DOS MORTOS (2004)
Fonte da imagem: Pinterest
Se
você está por aí exigindo o SnyderCut de
Liga da Justiça, isso torna obrigatório assistir a Madrugada dos Mortos, que
não só é o primeiro filme dirigido por Zack Snyder como também é a refilmagem
do clássico O Despertar dos Mortos, de George A. Romero, que faz parte da
famosa “Trilogia dos Mortos” idealizada pelo Pai dos Zumbis. Embora o original
seja o segundo filme de uma trilogia, ele pode ser assistido de forma isolada,
assim como Madrugada dos Mortos, que não possui continuação oficial. A trama
segue em uma cidade devastada por mortos-vivos, onde um grupo de sobreviventes
se refugiam em um shopping Center e precisam impedir que os zumbis entrem ali e
façam um massacre. Porém, além dessa ameaça, eles precisam lidar uns com os
outros, uma tarefa igualmente difícil.
Fonte da imagem: This or That Edition
O
filme original coloca um shopping Center como cenário por conta do caráter
crítico da obra de Romero, que gostava de fazer discussões sobre consumismo e
afins. Apesar de termos isso evidente em Madrugada dos Mortos, esse debate não
é a espinha dorsal do roteiro, que aposta na sua criatividade ao apresentar os
personagens e suas atitudes. Tem algumas diferenças que são interessantes, e a
principal é aqui termos zumbis que correm mais rápido que o Usain Bolt,
enquanto no original eles são beeeeem lentos. Outro ponto interessante é o
Gore, quesito em que os dois filmes capricham. Filme obrigatório para quem
curte histórias envolvendo zumbis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espero que essa lista tenha convencido vocês de que remakes nem sempre são ruins, pois em alguns casos, atualizações são necessárias. Se você gostou da lista, a depender da repercussão desta, teremos um segundo round. Topa?
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Arte da capa: Wallpaper Abyss
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