Fonte da imagem: Medium
Fala,
meu povo! A franquia Olhos Famintos
marcou o gênero do horror de forma despretensiosa, sendo lançada como uma obra que
bebe da fonte do trash, mesmo com
seus recursos modestos e um diretor envolvido com problemas sérios com a
justiça (motivo: pedofilia). Porém, o primeiro filme, lançado em 2001, fez
muito sucesso, garantindo uma sequência em 2003, e desde então ficamos
aguardando a terceira parte, que só chegou em 2017. Vou ser sincero: a espera
não valeu à pena.
Victor Salva (o diretor) é um sujeito no mínimo
desagradável, visto que no final da década de 1980 foi preso e condenado por
molestar um dos protagonistas - uma criança - de seu filme na ocasião. Após ser solto, ele sofre até hoje para lançar
seus filmes de terror. A franquia Olhos
Famintos sinalizou uma espécie de recomeço em sua vida profissional, visto
que os dois filmes marcaram toda uma geração, sendo representados por uma criatura que atacava durante 23 anos,
durante 23 dias na primavera, matando e comendo suas vítimas. O terceiro
filme era muito aguardado - me lembro de ter ficado intrigado ao alugar o
segundo filme em uma videolocadora e sonhar com uma continuação. E, catorze
anos depois, adivinha?! O diretor tentou vender gato por lebre, e isso se
mostrou uma piada de muito mau gosto!
Essa
terceira parte se passa entre o primeiro e segundo filme da franquia,
contrariando o que havia sido especulado (que a obra se passaria décadas após o
original e acompanharia a sobrevivente Trish Genner, do primeiro filme). Nesta
edição nada especial feita para os fãs, acompanhamos a polícia criando uma
força tarefa para derrotar a criatura, conhecida como Creeper. Eles vão
precisar contar com a ajuda de uma senhora que já perdeu seu filho no passado,
e pode ser a chave para destruir o vilão definitivamente. Enquanto isso,
acompanhamos também o núcleo de um grupo de adolescentes sem sal que tentam
escapar do monstro.
Eu
queria que fosse zoeira, mas a história é essa mesmo! O filme ainda se arrasta
por 1h40min, e conta com personagens demais, fazendo com que subtramas
desnecessárias sejam criadas, algo não muito saudável para um filme de terror.
A história, que já se mostrou uma grande furada para quem esperava uma
ressurreição da franquia, é cheia de furos e conta com atores muito fracos. Nem
mesmo a Meg Foster se salva, ainda que ela seja a única que leve o filme a
sério, apesar da atuação exagerada. Em vários momentos cogitei a possibilidade
de desligar a Netflix e ir dormir, mas persisti para poder escrever essa
matéria.
Fonte da imagem: Screengeek.net
Avaliando
agora, após digerir Jeepers Creepers 3,
ainda dá pra identificar alguns detalhes que se salvam, como a fotografia e a
criatividade. Sobre esta última característica, se destaca o veículo da
criatura, um caminhão cheio de armadilhas que é perigo até mesmo para seu
proprietário. Chega a ser engraçado de tão absurdo, visto que o caminhão também
está pronto para quem tentar atacá-lo, lançando armadilhas no meio da pista.
Até aí, tudo bem, pois a essência trash da franquia permite que a gente dê
risada com esses absurdos, e esse pequeno elemento (o veículo) rende algumas
cenas engraçadas. Sobre a fotografia, isso é um tanto controverso, visto que
apesar da boa qualidade das imagens, com alguns ângulos de câmera bem
criativos, ainda tem um detalhe que me incomodou: o filme inteiro se passa
durante o dia (tirando o início e o final), quebrando a tensão. Filmes como Midsommar provaram que isso não impede
um filme de terror na tarefa de meter medo, mas é necessário competência da
parte dos realizadores, o que aparentemente não é o caso de Victor Salva.
Sobre
a personagem Trish Genner, ela faz uma pequena participação especial que serve
para deixar um gancho para uma nova sequência, que agora trará a história que
foi especulada. Isto é, se o orçamento apertado permitir. Vale a pena esperar?
Eu particularmente já não me importo, visto que apesar de essa
"terceira" parte ser uma estratégia para manter o interesse dos fãs
da franquia, ela parece ter feito justamente o contrário, recebendo críticas
muito negativas. Existem pontos positivos, sim, mas não são o suficiente para
entreter o espectador. É uma situação delicada por conta do baixo orçamento,
porém existem outros filmes famosos que foram feitos com poucos recursos que
Victor Salva pode se basear para comandar uma nova sequência, se ela ver a luz
do dia.
Considerações finais
Eu
fui teimoso ao assistir esse filme, e apesar de achar que foi uma baita perda
de tempo, não me arrependo, pois gosto da franquia, por conta de seu contexto
histórico, já que os primeiros filmes foram feitos no início dos anos 2000,
quando o gênero horror já estava saturado. Só recomendo Olhos Famintos 3 para quem não pode deixar de garimpar filmes de
terror, pois mesmo quem gosta da franquia pode se decepcionar. Então, para
evitar ficar com sentimento de culpa, só digo uma coisa: assista por sua conta
e risco. Procura lá no catálogo da Netflix se você não tiver nada de interessante para fazer.
Fonte da imagem: Microsoft
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