Hey pessoas, beleza? Aqui é o Joe e hoje
trago uma indicação especial para você que curte um bom mistério envolvendo o
maior detetive de toda a história; ELEMENTAR, meu caro nerd! É claro que é o
Sr. Holmes! Desta vez solucionando um mistério AQUI NO BRASIL, no livro O Xangô de Baker Street – Talvez o
melhor livro de humor mórbido que eu já tenha lido em toda a minha vida...
Confiram!
ATENÇÃO! É bom ficar avisado aos fãs do Sr. Holmes que
esta obra é meramente uma comédia satírica, que não tem o objetivo de representar
fielmente nenhum personagem, mas realmente de tirar uma onda com a cara de TODA
a história de cada um. Ainda assim, recomendo fortemente!
O
Xangô de Baker Street é um livro brasileiro lançado em 1995, escrito por
ninguém menos que Jô Soares, uma das
maiores influências do jornalismo humorístico da história brasileira – E, aliás,
já digo de antemão: se por algum motivo você não gosta do ‘humor Jô Soares’,
acredite, esse livro mudará todo o conceito que você tiver sobre ele. É
realmente uma obra definitiva.
O plot se passa num Brasil distante, ainda
colonial, do ano de 1886. A diva dos palcos mais famosos da França, Sarah Bernhardt,
vem fazer sua primeira apresentação no Brasil monarca, um lugar ainda
crescente, sem muito brilho nem muita atenção. Por isso, sua vinda causa enorme
rebuliço nos becos e vielas das ruas Brasil-lusitanas. E isso inclui o
Imperador D. Pedro II, que também se
encanta com a ilustre presença da convidada.
D. Pedro II aproveita a oportunidade para
comentar com Sarah sobre o sumiço de seu violino Stradivarius que daria de
presente a uma baronesa chamada Maria Luíza. Sarah logo oferece os refinados
serviços do maior detetive de toda Europa para desvendar o misterioso sumiço do
violino.
Em paralelo, na delegacia local, o delegado
Melo Pimenta começa a investigar um assassinato em série que vêm se espalhando
por toda a cidade – aliás, o primeiro assassinato em série DA HISTÓRIA – no qual
um assassino tem matado prostitutas e colocado no meio de suas púbis uma corda
de violino, vítima por vítima. Coincidentemente, cordas de um violino
Stradivarius. Para Sherlock e seu fiel escudeiro, Dr. Watson não há dúvidas: O ladrão e o assassino são a mesma pessoa.
Mas
por quê? Por que alguém faria algo tão terrível, qual seria a sua motivação?
São essas perguntas que Sherlock buscará responder, numa saga “cheia de perigos, tais como feijoadas, vatapás,
mulatas, intelectuais de botequim, pais-de-santo e Cannabis Sativa”!
O Xangô de Baker Street é talvez a melhor
obra que represente o “Humórbido”, aquele humor baseado na morbidez, entre o
grotesco e o bem humorado. São incontáveis as passagens que amo mesmo tempo
contém gore, morte triste e emotiva, e uma bela dose (des)equilibrada de humor,
repentino e inesperado! É genialmente simples, mas viciante. Cai muito bem com
o personagem Sherlock Holmes.
A caricatura do famoso detetive também é algo
a ser levado em conta; Temos um homem satirizado, uma desconstrução da imagem
de um detetive dedutivo extremamente certeiro, para um jovem senhor “porraloca”
que quase não acerta em suas deduções mirabolantes e criativas, o que acaba por
ser uma das melhores partes da história – um Sherlock Holmes que só comete
erros!
Apesar de ser uma obra envolta em comédia e
diálogos tão geniais, que às vezes temos que dar uma pausa na leitura para
recuperarmos o fôlego, é também um thriller sobre assassinatos, estupros e
necrofilia – temática bem pesada. Por ser um livro que imita e bebe bastante do
cinema noir e obviamente das próprias obras do Sir Arthur Conan Doyle (criador
do detetive), suas descrições e narrativas também são bastante carregadas de
mistérios e sombras. Tudo parece reluzir à luz de vela, em silhuetas e nuâncias,
apenas.
Para
um bom amante do clássico thriller e mistério no cinema, tudo se resume a uma
mistura perfeita entre Sev7n: Os 7 Crimes Capitais com tudo o que
sabemos sobre a história do “descobrimento” do Brasil, ainda no tempo
escravagista, lançando um olhar ‘comum’ aos escravos negros, mandados pela rica
burguesia brasileira, junto às prostitutas dos bordéis que se encontravam por
todas as partes da ‘cidade maravilhosa’; é uma forte narração, até pesada para
muitos.
- Por que vale a pena ler?
Como já disse, é a obra definitiva do “humórbido”.
Além disso, um verdadeiro mapeamento de todo um Brasil, que se mistura entre o
fictício e o real – uma linha muito tênue neste livro! Dá pra perceber que
houve uma IMENSA pesquisa por parte da equipe do Jô Soares, que conseguiu com
maestria ressuscitar um Brasil muitas vezes ignorado pela história e pela
literatura brasileira; um país que deu
errado, podre, que fetichava ser rico e de “primeiro mundo”, mas que na
verdade era meramente um país subdesenvolvido e rudimentar, vivendo apenas das
aparências lusitanas que trouxe consigo de Portugal – e é claro que isto soma
muito bem à comédia da história!
O contexto Sherlockiano é apenas um ponto
final, que liga toda essa história envolta em mistério, fantasia, assassinatos terríveis
e muita, mas muita morbidez cômica! Elementar,
caro nerds. O NerdSpeaking Indica!
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