Num futuro distópico, numa Terra devastada pela radiação causada pelo lançamento de bombas atômicas, onde a emigração para Marte já é uma realidade, porém não acessível para todos, Philip K. Dick conta a sua história sobre humanidade, androides, animais e empatia.
A trama gira em torno de Rick Deckard, um caçador de recompensas responsável por “aposentar” androides fugitivos de colônias humanas fora da Terra. Ele vive com sua mulher Iran e utiliza todas as manhãs seu Sintetizador Penfield (dispositivo capaz de modificar as emoções humanas) e vez ou outra a Caixa da Empatia, na qual ele controla uma espécie de simulação de momentos da vida de Wilburn Mercer, criador do Mercerismo, um tipo de religião futurista e que em certos momentos lembra o cristianismo na apresentação de seus conceitos. Deckard então alimenta a sua ovelha de estimação, que na verdade é artificial, pois ter um animal real era um luxo para poucos, já que muitos animais foram extintos e outros existiam em poucas quantidades pelo mundo. Assim, Deckard segue para a “delegacia” dos caçadores de recompensa, dando início à sua jornada.
Na trama, ainda há a presença de uma personagem que se mostra irrelevante durante boa parte do livro, mas que desperta a curiosidade de qual seria o seu propósito. Seu nome é John Isidore, muitas vezes descrito como um “cabeça de galinha”, uma pessoa com inteligência abaixo da média. Ele se sente sempre subjugado pelos outros, apesar de seu esforço em ser útil no seu trabalho. Isidore prova ser um ponto importante na história na parte final do livro, por razões que não poderão ser contadas, visto que há a configuração de um spoiler de grande proporção.
Adaptado para os cinemas pelo diretor Ridley Scott em 1982, o filme Blade Runner destoa significativamente do livro por deixar de lado um dos principais questionamentos apresentados na obra de Philip K. Dick: o que me faz ser humano e o que faz o androide ser tão diferente de mim? É isso o que Deckard se pergunta durante todo o livro. Mesmo tendo a tarefa de aposentar os androides, isso de alguma maneira o fez ter empatia por eles. A empatia então é uma questão recorrente durante toda a história: empatia dos humanos com seus animais, reais ou não, a empatia dos humanos com androides e a falta dela no caminho inverso, sendo esta a principal maneira de se descobrir se um ser é artificial ou não.
Androides sonham com ovelhas elétricas é uma obra ficcional literária que, apesar de não ser revolucionária, foi capaz de lidar com questões muito particulares da natureza humana e seu comportamento, englobando temas filosóficos, religiosos e sociológicos, muito bem construídos, fazendo o leitor questionar sua humanidade em vários pontos do livro.
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Obrigada por compartilhar a crítica. Eu definitivamente vou ler. Eu também amei do filme Blade Runner que esta baseado no livro. Mais que filme de ação, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá! O filme superou as minhas expectativas, realmente o recomendo. Também a sequela 2049 Blade Runner foi incrível no ano passado. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção. Foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. Eu recomendo.
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