08/03/2018

Censura voluntária | Fahrenheit 451 - Mallu




   HBO divulga divulgou semana passada o primeiríssimo trailer de Fahrenheit 451. Estrelando ninguém menos que Michael B. Jordan, ele mesmo, o Erik Killmonger de Pantera Negra



  A adaptação do roteiro e direção  ficou a cargo de Ramin Bahrani e Amir Naderi. A produção é um telefilme - que é um filme pensado para ser estreado na televisão e não no cinema.  Fahrenheit 451 já teve uma longa-metragem em 1966, dirigida por François Truffaut para quem tiver curiosidade.




   Fahrenheit 451 é um livro do autor Ray Bradbury, lançado em 1953. A distopia ambientada nos horrores do regime nazista, trata de uma sociedade alienada pela comunicação de massas - televisão e rádio. A sociedade rejeita todo conhecimento mais profundo do que quer que seja, preocupada somente no entretenimento ininterrupto.


"Como uma pessoa fica tão vazia?, perguntou a si mesmo. Quem esvazia a gente?" - (p.68)

   Nesse contexto, somos apresentados aos Bombeiros, profissionais responsáveis em pôr fogo em livros, jornais, revistas e em qualquer coisa que possa contar informações ‘perigosas’. Inclusive, é daí que vem o título, já que, 451 Fahrenheit é a temperatura necessária para o papel pegar fogo (o equivalente a 233ºC). 



“Então, vê agora por que os livros são tão odiados e temidos? Eles mostram os poros no rosto da vida. As pessoas acomodadas só querem rostos de cera, sem poros, sem pêlos, sem expressão.” (p. 67)




A trama gira em torno do bombeiro Guy Montag, que começa a se questionar acerca do seu trabalho depois que conhece Clarisse, sua vizinha adolescente. Em contrapartida, seu mentor  e chefe dos bombeiros Capitão Beatty, faz o papel de antagonista e parece bastante bem resolvida com seu trabalho. Montag é casado com Mildred, sua esposa de tendências suicidas e apaixonada pela telenovelas informativas - mais apaixonada até do que pelo próprio marido.   


“Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para resolver; dê lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça de que há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso. Paz Montag.” (p. 53)

   O mais assustador é que, diferente de outras distopias com ditaduras - como 1984 e Admirável Mundo Novo - a censura nesta obra é apoiada por grande parte da população. O total desinteresse pelo conhecimento e o apelo pela eliminação de livros, agora obsoletos, diante das comunicações de massa.




“Resumos de resumos, resumos de resumos de resumos. Política? uma coluna, duas frases, uma manchete! Depois, no ar, tudo se dissolve! A mente humana entra em turbilhão sob as mãos dos editores, exploradores, locutores de rádio, tão depressa que a centrífuga joga fora todo pensamento desnecessário, desperdiçador de tempo!” (p. 49)

   Soa familiar? Distopia ou rotina? Difícil separar. Fahrenheit 451 é uma excelente leitura com diversas questões e reflexões amarradas em uma narrativa melancólica. No fim, é uma obra sobre o vazio das relações humanas e a homogeneidade dos próprios indivíduos. O Nerdspeaking recomenda a leitura. 



Espalhe a ideia, comente com os amigos! Compartilhe o que é bom!

http://nerdspeaking.blogspot.com.br/p/quem-somos_22.html

Twitter: @oNerdSpeaking
Instagram: NerdSpeaking
SoundCloud: Nerd-Speaking
Facebook: NerdSpeaking
 E-mail: nerdspeaking@gmail.com

Um comentário:

  1. Amo as obras de Ray Bradbury. Acho que ele é grande. Eu acho que o seu melhor livro é Fahrenheit 451. A sua história é incrível e acho que muito relevante para o tempo atual. Este livro conta uma história extraordinária, por isso quando soube que estrearia um filme soube que devia vê-lo. Acho que Fahrenheit 451 filme será um dos melhores do gênero de ficção cientifica neste ano. É uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas de livros classicos que todo mundo ama. Espero que seja bom. É uma historia muito interessante!

    ResponderExcluir

O que você acha? Comenta aí!