Fala, meu povo! Com poucos meses para o fim do
ano, é a hora em que nos perguntamos: “Dos filmes lançados em 2016, quais os
mais memoráveis?”. Quando se trata de uma história inteligente que envolve
personagens que prendem o espectador do início ao fim, Nerve: Um jogo sem regras é um filme de suspense que pode ser um
forte candidato para uma futura retrospectiva do ano, ainda que seja pouco
conhecido.
Nerve oferece
um ambiente onde podemos comparar com a nossa realidade: a interação dos jovens
por meio de aplicativos. No caso, o filme aborda o lado insano disso ao colocar
adolescentes como jogadores (ou observadores) de uma adaptação de “Verdade ou
Desafio”. Vamos à sinopse: Vee (Emma Roberts) é a típica garota nerd do último
ano escolar, que vive á sombra de sua amiga popular. Ela experimenta participar
do Nerve, um aplicativo popular que pode ser jogado em dois módulos: “Jogador”
ou “Observador”. No primeiro, o participante terá que passar por uma série de
desafios cujos prêmios para o vencedor envolvem muito dinheiro. Essas tarefas
são impostas pelos Observadores, que são aqueles que apenas “pagam” para ver o
circo pegar fogo. Ao lado de Ian (Dave Franco), um jogador veterano, aos poucos
ela se vê em uma disputa sem limites, colocando tudo – seus amigos, sua família
e seu futuro em uma boa faculdade – em perigo.
Vamos admitir, a história quando lida de
primeira passa a impressão de mais um filme bobo que foi feito para agradar o
público adolescente, mostrando as consequências de ser insano. Nerve realmente parece ter sido
produzido apenas para isso, mas acaba surpreendendo quem não tinha
expectativas. A dependência de redes sociais é um assunto que faz parte de
nossa realidade, e o longa dos diretores Henry Joost e Ariel Schulman adaptam isso em personagens dominados pela alienação do
aplicativo. Tudo ocorre de forma rápida, mas com competência suficiente para
dar o que o público quer: mistérios intrigantes em uma distopia que envolve
personagens espelhados na juventude, além de conter cenas de tirar o fôlego
(como o desafio do guindaste e o da passarela)
Se tem uma coisa que se deve tirar o chapéu
para Nerve são os desafios – cada vez
mais perversos – oferecidos pelos Observadores. Obviamente, chega a um ponto em
que as coisas começam a sair do controle e transformar a vida dos participantes
de uma forma trágica. É aí que o enredo começa a expandir horizontes que fazem
o ingresso valer a pena. Talvez seja a falta de preocupação em entregar algo
inovador que faz com que o filme te surpreenda. Não chega a ser um marco no
mundo do cinema, mas tem lá seus momentos divertidos (e são muitos).
Quanto as atuações, não há muito o que falar.
Como já mencionado, é uma história feita para agradar um público específico, e
o elenco tem o espírito certo para encarnar os personagens. Emma Roberts (Scream Queens, American Horror Story) e
Dave Franco (Truque de mestre, Vizinhos
lideram o bando, encaixando um romance no meio de toda uma intriga. Ela, uma
garota que sai da zona de conforto para se destacar entre os jogadores; ele
luta por algo a mais, e eles – unidos em um mundo onde seus passos são manipulados
– almejam algo em comum: vencer o Nerve
e seguirem em frente com uma vida marcada pela glória (ou não).
Portanto, trata-se de um filme que
provavelmente não será lembrado como um daqueles do nível de Deadpool, pois trata-se de uma produção direcionada
para satisfazer a quantidade de pessoas suficiente para render uma boa
bilheteria e cobrir o orçamento, disfarçada de uma história inteligente. Sem
querer, a ideia dá certo! No fim, Nerve:
um jogo sem regras mostra algo que vai além de mostrar um mundo adolescente
sem limites, e o pecado foi não ter a determinada divulgação que a história
merecia. É uma boa história de suspense que certamente será lembrada pelo seu
ritmo empolgante, com um romance que sabe o momento certo para começar a ser desenvolvido.Vale
a pena dar uma conferida!
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