14/09/2016

Nerve: Um jogo sem regras | Review - João F.


 Fala, meu povo! Com poucos meses para o fim do ano, é a hora em que nos perguntamos: “Dos filmes lançados em 2016, quais os mais memoráveis?”. Quando se trata de uma história inteligente que envolve personagens que prendem o espectador do início ao fim, Nerve: Um jogo sem regras é um filme de suspense que pode ser um forte candidato para uma futura retrospectiva do ano, ainda que seja pouco conhecido.


  Nerve oferece um ambiente onde podemos comparar com a nossa realidade: a interação dos jovens por meio de aplicativos. No caso, o filme aborda o lado insano disso ao colocar adolescentes como jogadores (ou observadores) de uma adaptação de “Verdade ou Desafio”. Vamos à sinopse: Vee (Emma Roberts) é a típica garota nerd do último ano escolar, que vive á sombra de sua amiga popular. Ela experimenta participar do Nerve, um aplicativo popular que pode ser jogado em dois módulos: “Jogador” ou “Observador”. No primeiro, o participante terá que passar por uma série de desafios cujos prêmios para o vencedor envolvem muito dinheiro. Essas tarefas são impostas pelos Observadores, que são aqueles que apenas “pagam” para ver o circo pegar fogo. Ao lado de Ian (Dave Franco), um jogador veterano, aos poucos ela se vê em uma disputa sem limites, colocando tudo – seus amigos, sua família e seu futuro em uma boa faculdade – em perigo.


  Vamos admitir, a história quando lida de primeira passa a impressão de mais um filme bobo que foi feito para agradar o público adolescente, mostrando as consequências de ser insano. Nerve realmente parece ter sido produzido apenas para isso, mas acaba surpreendendo quem não tinha expectativas. A dependência de redes sociais é um assunto que faz parte de nossa realidade, e o longa dos diretores Henry Joost e Ariel Schulman adaptam isso em personagens dominados pela alienação do aplicativo. Tudo ocorre de forma rápida, mas com competência suficiente para dar o que o público quer: mistérios intrigantes em uma distopia que envolve personagens espelhados na juventude, além de conter cenas de tirar o fôlego (como o desafio do guindaste e o da passarela)


  Se tem uma coisa que se deve tirar o chapéu para Nerve são os desafios – cada vez mais perversos – oferecidos pelos Observadores. Obviamente, chega a um ponto em que as coisas começam a sair do controle e transformar a vida dos participantes de uma forma trágica. É aí que o enredo começa a expandir horizontes que fazem o ingresso valer a pena. Talvez seja a falta de preocupação em entregar algo inovador que faz com que o filme te surpreenda. Não chega a ser um marco no mundo do cinema, mas tem lá seus momentos divertidos (e são muitos).
  Quanto as atuações, não há muito o que falar. Como já mencionado, é uma história feita para agradar um público específico, e o elenco tem o espírito certo para encarnar os personagens. Emma Roberts (Scream Queens, American Horror Story) e Dave Franco (Truque de mestre, Vizinhos lideram o bando, encaixando um romance no meio de toda uma intriga. Ela, uma garota que sai da zona de conforto para se destacar entre os jogadores; ele luta por algo a mais, e eles – unidos em um mundo onde seus passos são manipulados – almejam algo em comum: vencer o Nerve e seguirem em frente com uma vida marcada pela glória (ou não).


  Portanto, trata-se de um filme que provavelmente não será lembrado como um daqueles do nível de Deadpool, pois trata-se de uma produção direcionada para satisfazer a quantidade de pessoas suficiente para render uma boa bilheteria e cobrir o orçamento, disfarçada de uma história inteligente. Sem querer, a ideia dá certo! No fim, Nerve: um jogo sem regras mostra algo que vai além de mostrar um mundo adolescente sem limites, e o pecado foi não ter a determinada divulgação que a história merecia. É uma boa história de suspense que certamente será lembrada pelo seu ritmo empolgante, com um romance que sabe o momento certo para começar a ser desenvolvido.Vale a pena dar uma conferida!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você acha? Comenta aí!