Fala, meu povo! Pois é, o seriado de terror
adolescente Scream encerrou seu ano
dois no dia 17 de Agosto, com o episódio season finale sendo disponibilizado na
Netflix desde então. Foi uma temporada que aprendeu com alguns erros da
primeira e se esforça ao máximo para não pisar na mesma casca de banana, e
consegue!
OBS: Se você não assistiu à
segunda temporada de Scream, cuidado com possíveis spoilers!
A adaptação do mistério que
persegue uma protagonista por quatro filmes para uma série da MTV realmente
funciona, sendo o ponto mais alto desta temporada. A história começa onde a
primeira temporada parou, e temos os dilemas das duas protagonistas principais
– Audrey e Emma – em lidarem com as conseqüências do massacre de Lakewood
provocado por Piper Shaw – que no finalzinho do ano um revelou-se a grande
assassina, sendo o principal arco da temporada. Enquanto a primeira tenta
esconder sua cumplicidade com Piper e lidar com as ameaças sofridas pelo
verdadeiro comparsa da assassina, a outra lida com os traumas que sofreu após
as revelações. Enquanto isso, o “parceiro” vai dando continuidade aos
assassinatos, buscando vingança.
É válido lembrar que, apesar de ser baseada
na franquia de terror slasher Pânico – iniciada em 1996 – a série não segue
os padrões de mistérios clichês da quadriologia dirigida por Wes Craven
(falecido ano passado e homenageado na série, onde trabalhou como produtor
executivo). Como assim? O perfil dos adolescentes que protagonizam a história é
totalmente diferente dos personagens do filme de 1996 – o que é notável e até
então comum, devido a diferença de 20 anos do lançamento do filme para a
segunda temporada da série.
A protagonista principal, Emma Duval (Willa
Fitzgerald) não é como a Sidney Prescott (Neve Campbell) de Craven, pelo menos
não sozinha. Enquanto os melhores momentos da final girl são aqueles em que ela lida com os traumas dos
assassinados vivenciados poucos meses atrás, em determinados momentos ela não
demonstra a força que uma protagonista feminina tem para conduzir uma história
de terror/suspense a um grand finale.
É aí que Audrey (Bex Taylor-Klaus) entra em cena, preenchendo o lado forte de
uma protagonista. Juntas, elas representam a protagonista forte e determinada,
tendo seu lado frágil e misterioso.
Emma e Audrey, apesar de serem as personagens
principais de Scream, são apenas um
exemplo de que os protagonistas do seriado são mais “humanos” do que os da
franquia de Wes Craven (que não deixa de ser clássica e imperdível), e isso é
ainda mais explorado nesta temporada. Temos o relacionamento do nerd Noah (John
Karna) com Zoe (Kiana Ledé), onde o rapaz lida com sua virgindade e com a
importância de um novo relacionamento, sem deixar de lado os perigos de ser
perseguido pelo assassino; e mais novos personagens, como o rebelde Gustavo
Acosta (Santiago Segura), que em determinado momento se envolve com Brooke
(Carlon Young); e o misterioso Eli (San Grandillo), primo de Kieran (Amadeus Serafini),
que não se dá bem com o rapaz devido à problemas no passado.
Se tem uma coisa que se pode aprender com os
erros da primeira temporada de Scream
é não se prender totalmente ao original. Nesse ambiente de refilmagens, reboots ou até mesmo adaptações o
original deve ser respeitado, não destruindo. A primeira temporada, apesar de
ser boa, pareceu um pouco acanhada nesse aspecto, caindo nos mesmos clichês da
quadriologia Pânico por se prender
totalmente a sua narrativa, no fim saindo apenas como uma “homenagem” ao
falecido Wes Craven. A segunda parte da história não tem medo de ir além, sem
deixar de respeitar a tradição. Os diretores tiveram mais liberdade para
elaborar uma continuação que respeita a obra prima, mas não se prende
totalmente a ela, ou seja, diminuindo os clichês.
Tudo parece contribuir para um “ano dois”
saudável e surpreendentemente melhor do que o primeiro, não é mesmo?! Bem, não
totalmente. Como assim?! O ÚNICO defeito da segunda temporada foi não amarrar
todos os arcos de uma vez no final. Certo, algumas coisas são deixadas como
pretexto para uma nova temporada, mas outras não são encaixadas na narrativa
como deveriam. Um grande exemplo é que no comecinho dessa season, é apresentada uma ligação entre o passado de Emma e os
assassinatos, após algumas “lembranças” serem encontradas. Se pararmos para
estabelecer uma ligação entre os últimos minutos do season finale com o
mistério que iniciou a continuação, há uma lógica, sim.
O problema real está na cronologia, ou seja,
ao invés de tapar o primeiro buraco do mistério, parte para outra deixando um
vazio ali, sendo parcialmente resolvido apenas nos últimos instantes da
temporada. Ainda há mistério suficiente para os dois episódios que serão
lançados no Halloween, e quem sabe, para um “ano três”. No fim, a temporada
prova ser melhor do que a primeira, conseguindo conquistar o público atual
dando o que ele quer.
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