24/08/2016

REVIEW DE TEMPORADA: Scream! - João Ferreira


 Fala, meu povo! Pois é, o seriado de terror adolescente Scream encerrou seu ano dois no dia 17 de Agosto, com o episódio season finale sendo disponibilizado na Netflix desde então. Foi uma temporada que aprendeu com alguns erros da primeira e se esforça ao máximo para não pisar na mesma casca de banana, e consegue!


OBS: Se você não assistiu à segunda temporada de Scream, cuidado com possíveis spoilers!


   A adaptação do mistério que persegue uma protagonista por quatro filmes para uma série da MTV realmente funciona, sendo o ponto mais alto desta temporada. A história começa onde a primeira temporada parou, e temos os dilemas das duas protagonistas principais – Audrey e Emma – em lidarem com as conseqüências do massacre de Lakewood provocado por Piper Shaw – que no finalzinho do ano um revelou-se a grande assassina, sendo o principal arco da temporada. Enquanto a primeira tenta esconder sua cumplicidade com Piper e lidar com as ameaças sofridas pelo verdadeiro comparsa da assassina, a outra lida com os traumas que sofreu após as revelações. Enquanto isso, o “parceiro” vai dando continuidade aos assassinatos, buscando vingança.


     É válido lembrar que, apesar de ser baseada na franquia de terror slasher  Pânico – iniciada em 1996 – a série não segue os padrões de mistérios clichês da quadriologia dirigida por Wes Craven (falecido ano passado e homenageado na série, onde trabalhou como produtor executivo). Como assim? O perfil dos adolescentes que protagonizam a história é totalmente diferente dos personagens do filme de 1996 – o que é notável e até então comum, devido a diferença de 20 anos do lançamento do filme para a segunda temporada da série.

  A protagonista principal, Emma Duval (Willa Fitzgerald) não é como a Sidney Prescott (Neve Campbell) de Craven, pelo menos não sozinha. Enquanto os melhores momentos da final girl são aqueles em que ela lida com os traumas dos assassinados vivenciados poucos meses atrás, em determinados momentos ela não demonstra a força que uma protagonista feminina tem para conduzir uma história de terror/suspense a um grand finale. É aí que Audrey (Bex Taylor-Klaus) entra em cena, preenchendo o lado forte de uma protagonista. Juntas, elas representam a protagonista forte e determinada, tendo seu lado frágil e misterioso.


  Emma e Audrey, apesar de serem as personagens principais de Scream, são apenas um exemplo de que os protagonistas do seriado são mais “humanos” do que os da franquia de Wes Craven (que não deixa de ser clássica e imperdível), e isso é ainda mais explorado nesta temporada. Temos o relacionamento do nerd Noah (John Karna) com Zoe (Kiana Ledé), onde o rapaz lida com sua virgindade e com a importância de um novo relacionamento, sem deixar de lado os perigos de ser perseguido pelo assassino; e mais novos personagens, como o rebelde Gustavo Acosta (Santiago Segura), que em determinado momento se envolve com Brooke (Carlon Young); e o misterioso Eli (San Grandillo), primo de Kieran (Amadeus Serafini), que não se dá bem com o rapaz devido à problemas no passado.
 Se tem uma coisa que se pode aprender com os erros da primeira temporada de Scream é não se prender totalmente ao original. Nesse ambiente de refilmagens, reboots ou até mesmo adaptações o original deve ser respeitado, não destruindo. A primeira temporada, apesar de ser boa, pareceu um pouco acanhada nesse aspecto, caindo nos mesmos clichês da quadriologia Pânico por se prender totalmente a sua narrativa, no fim saindo apenas como uma “homenagem” ao falecido Wes Craven. A segunda parte da história não tem medo de ir além, sem deixar de respeitar a tradição. Os diretores tiveram mais liberdade para elaborar uma continuação que respeita a obra prima, mas não se prende totalmente a ela, ou seja, diminuindo os clichês.


  Tudo parece contribuir para um “ano dois” saudável e surpreendentemente melhor do que o primeiro, não é mesmo?! Bem, não totalmente. Como assim?! O ÚNICO defeito da segunda temporada foi não amarrar todos os arcos de uma vez no final. Certo, algumas coisas são deixadas como pretexto para uma nova temporada, mas outras não são encaixadas na narrativa como deveriam. Um grande exemplo é que no comecinho dessa season, é apresentada uma ligação entre o passado de Emma e os assassinatos, após algumas “lembranças” serem encontradas. Se pararmos para estabelecer uma ligação entre os últimos minutos do season finale com o mistério que iniciou a continuação, há uma lógica, sim.


  O problema real está na cronologia, ou seja, ao invés de tapar o primeiro buraco do mistério, parte para outra deixando um vazio ali, sendo parcialmente resolvido apenas nos últimos instantes da temporada. Ainda há mistério suficiente para os dois episódios que serão lançados no Halloween, e quem sabe, para um “ano três”. No fim, a temporada prova ser melhor do que a primeira, conseguindo conquistar o público atual dando o que ele quer. 


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