20/01/2016

American Horror Story e a evolução do Terror - João F.


 Salve, salve! Hoje, mergulhamos em um mundo sombrio para abordar os pontos positivos da presença do universo do medo no século XXI. Não bastassem fazer sucesso nas telas do cinema, os horizontes do terror se expandiram também para mídias televisivas e web-séries. Porém, existe uma, em especial, que consegue fazer com que toda morte sangrenta e mistérios não ocorram à toa. Desde sua estréia, American Horror Story (AHS) tem conquistado uma legião de fãs, agradando aos veteranos e novos admiradores do terror.


  Lembro como se fosse ontem, em algum momento de 2011, o canal fechado FX anunciava a estréia de uma nova série, criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk (também criadores do fenômeno mundial Glee), intitulada American Horror Story. Do meu ponto de vista, era mais uma tentativa qualquer de assustar crianças e adolescentes, através de fantasmas e mistérios. No entanto, eu não sabia o quanto estava enganado, e o quão fascinante a série é. A classificação indicativa 18 anos não se limita apenas por conta da violência e cenas de sexo.
  Hoje, posso dizer que a série de Murphy é inovadora no universo terror/suspense. AHS conseguiu apresentar ao espectador um elenco cujos personagens carregam histórias repletas de injustiça e sofrimento, encarados por eles próprios como um horror. Esta é, por sua vez, uma das principais características da série, misturando terror e drama, e faz isso com louvor e com total ausência de clichês.
  Para os não familiarizados com o universo sombrio de AHS, a série é constituída até agora de cinco temporadas, com a sexta já confirmada. Cada uma delas conta com um enredo diferente da outra, ambientada em uma época diferente, mas com uma conexão com uma determinada temporada. Então, podem ficar tranquilos quanto a ordem de qual temporada assistir, pois isso pode ser feito de forma aleatória.
  •          A primeira (Murder House) é ambientada nos dias atuais em uma casa considerada mal-assombrada, e explora o dilema de uma família que se mudou para o local, em superar os problemas pessoais e lidar com as presenças sobrenaturais na residência e vizinhos misteriosos;

  •          Um manicômio dos anos 60 que é famoso pelos maus tratos aos pacientes insanos é o principal ambiente da segunda temporada de AHS, intitulada Asylum. O segundo ano da série aborda a insanidade no fundo da mente humana, posse demoníaca, assassinatos misteriosos, até a presença de extraterrestres;


  •           O terceiro ano da série volta para os dias atuais, para falar das atividades de um clã de bruxas que vive em Nova Orleans. Coven reúne bruxas que enfrentam o risco da extinção, bem como guerras entre clãs diferentes e histórias pessoais que podem abalar a união. Torna-se marcante por também explorar a escravidão dos EUA, mostrando a crueldade.

  •          Freak Show é a quarta temporada de AHS, talvez a mais dramática de todas. Desta vez, ambientada nos anos 50, o quarto ano da série retrata a vida de uma trupe de indivíduos incomuns, chamados de freaks (aberrações) pela maioria dos habitantes da cidade de Júpiter, na Flórida, onde os shows do grupo acontecem. Explora a vida pessoal sofrível de cada membro do grupo, que possuem deformidades físicas e/ou problemas emotivos que os fazem sentirem-se incomuns, e lutam para serem reconhecidos como pessoas.

  •          A quinta temporada, Hotel, se passa em um albergue comandado pela Condessa, interpretada por ninguém menos do que Lady Gaga, e mostra investigações de um detetive sobre o misterioso lugar, bem como o dilema de seus hóspedes.

 Após tantos filmes de terror clichês, com exceção de alguns que fazem jus ao nome (como Invocação do Mal, de 2013), American horror story, mesmo com alguns altos e baixos (poucos), consegue redefinir o formato do gênero. O seriado preocupa-se mais com o terror psicológico, representado muitas vezes através da insanidade e da loucura, muito explorado especialmente na segunda temporada. Esta é, na minha opinião, a melhor temporada da série, seguida por Freak Show, a quarta temporada. Asylum é a temporada que considero a mais cruel, com um tom mais sombrio e história mais aberta para mistérios.

 A série acaba por cativar até mesmo os que não são familiarizados com o gênero da mesma, através de personagens interessantes, cujas histórias os tornam muitas vezes vitoriosos. Tomo como exemplo a quarta temporada, ficando em segundo lugar no meu ranking que aponta as melhores temporadas. O quarto ano da série é o que apresenta personagens bem mais construídos, assim como uma história que pode chegar a arrancar lágrimas, o que não é uma novidade no universo sombrio criado por Murphy. Afinal, a série mescla terror e drama, e este é um dos fatos que a fazem ser um programa que jamais será esquecido, especialmente pelos fãs do gênero. Mas, a grande intenção da série é mostrar que o maior monstro existente é o ser humano, e suas atitudes são sujeitas a provocar o terror, o qual a série trás ao espectador.

 Estamos em uma nova geração, onde clichês presentes em clássicos como Sexta-feira 13 são impotentes em satisfazer o público nesse aspecto, e AHS trás consigo um enredo que cumpre a missão de satisfazer os novos e velhos fãs do mundo sombrio, e forma uma nova geração de seguidores do gênero, marcando uma nova fase do universo do horror, dando um show nesse aspecto. A grande surpresa de todo esse show de horrores moderno é a veterana Jessica Lange. A atriz - que participou do primeiro remake de King Kong, lançado em meados dos anos 70 – simplesmente brilha na série. Ela está presente nas quatro primeiras temporadas, no elenco principal. Em cada personagem que a atriz interpreta, pode-se perceber que a cada temporada, mesmo com a mudança de papel, Jessica brilha ainda mais do que antes. De uma vizinha misteriosa a uma dona do “Show de aberrações”, não importa, Jessica Lange prova que é digna de muitos aplausos.

 Portanto, meus caros, encerro aqui meu desabafo sobre American horror story, e deixo claro que isso é apenas mais um passo à frente para o terror. Não esperem um programa que irá deixar você sem dormir, pois o fundamento da série de Ryan Murphy não é esse. Não se enganem pelas máscaras ou pelo instinto assassino, pois dentro de tudo isso há um simples ser humano atordoado com a realidade que o cerca, fazendo-o adquirir instinto psicopata. Digo de passagem, que não esperem por um final feliz para determinados personagens, mas também não pensem que a tragédia prevalecerá para sempre.




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